[Foto extraída do Google]
A luz do dia não é por vezes diferente do escuro da noite.
A existência da vida aparece de leve,
No canto dos pássaros,
No burburinho da cidade,
Ou no silêncio do meu quarto.
Pensamento tranqüilo,
Divago a margem de um rio pequeno,
Sereno.
E o azul da água cristalina se depara com o azul dos meus dias.
A água do pequeno rio se torna em mim, refúgio para as minhas lágrimas.
Caídas na imensidão de um azul que incomoda as minhas pupilas.
A lucidez arranca-me do sonho.
De volta a vida,
No amarelo do dia que continua,
Eu fico a imaginar:
Que vale a vida sem o sonho?
Sem a nostalgia de um bom devaneio?
Sem a solidão que isola-nos da realidade?
... Mas é preciso viver!
E na vida não é permitido sonhar...
O devaneio e a solidão são para os fracos?!
Os fortes vivem da realidade, mas nem por isso são mais felizes.
Perdem-se na ingratidão dos sentimentos.
Não se permitem a leveza do sonho,
Nem o torpor do devaneio,
Nem a calma da solidão.
E vivem agitados.
E passam pela vida.
Prefiro não viver!
Prefiro sonhar!
Fran Sousa
