...Viver é querer ser feliz assim! A cada instante um novo motivo, cada por do sol um novo sorriso, cada amanhecer um brilho sem fim...



sábado, 23 de junho de 2012

Fogo, cinza e fumaça

[Foto extraída do google]




Noite de São João...
Fumaça, fogo, cheiro de cinza.
Comida...
O fogo que arde me traz lembranças da infância.
Quando a diversão era brincar ao redor da fogueira.
Fleches na memória indicam tempo bom.
Tempo vivido no calor da amizade.
O fogo que alimentava nossos sonhos não era só um fogo, mas um futuro Imaginado, Distante, sonhado.
A fumaça da madeira queimada cheirava a futuro,
Exalava cheiro do presente, mas almejava futuro...
Crianças, adultos... Tudo se misturava na brincadeira da água.
- Quem estará vivo no próximo São João!
Tempo bom! Saudades daquele tempo.
Milho assado, canjica, pamonha,
Comida tem gosto de eternidade.
Passado bom fica para eternidade.
As cinzas ficam impregnadas na mente, no coração.
E as chamas, reacendidas a cada ano.
Esta é a função das cinzas! 
Manter acessa a chama.
Cinzas guardam fagulhas aquecidas na mente,
São lampejos do passado que incendeiam o presente.


                         Fran Sousa

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Remoendo destroços

[Hu Jundi Di]


É manha de junho
E um silêncio pesaroso
Canta a minha saudade
Por entre entranhas
Adentra essa palidez
De um dia parado
Os galos cantam
Ao longe um tilintar
De mulheres na cozinha
Lembra o som de coisas passadas
Os pássaros gorjeiam
Como que me chamam a vida
Mas o dia continua
Parado, nublado, cansado,
Um fio de nostalgia instala-se
E eu a remoer destroços
Permaneço na inquietação
A procura de algo
Que não se encontra
Na pálida manha de junho.

                 Fran Sousa


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Efêmera

[Foto extraída do google]



Na relva adormece
Por sobre o capim verde e molhado
Uma lágrima (pingo) que brilha
Nos olhos do tempo alado

No ar cai levemente
E na metáfora esconde-se
Infinitamente
Por entre sonhos e labaredas extintas

Sua cor é de amarelo desbotado
Sua espessura do mais fino papel
Sua leveza é de pena e pensamento
E seu tempo já morreu no infinito

De ilusões.

                    Fran Sousa